quinta-feira, 26 de julho de 2007

"Contra o medo, liberdade"

Num país amordaçado, em que se instalou lentamente um clima de medo e suspeita, a fazer lembrar ( embora não os tenha felizmente vivido) os terríveis anos de ditadura, junta-se à nossa luta diária, a voz de Manuel Alegre. Aqui ficam excertos do seu artigo de opinião no Jornal "PÚBLICO".

"Os que negam a liberdade aos outros não a merecem para si"

Abraham Lincoln

“Nasci e cresci num Portugal onde vigorava o medo. Contra eles lutei a vida inteira. Não posso ficar calado perante alguns casos ultimamente vindos a público. Casos pontuais, dir-se-á. Mas que têm em comum a delação e a confusão entre lealdade e subserviência. Caso pontuais que, entretanto, começam a repetir-se. Não por acaso ou coicidência. Mas porque há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE. Casos pontuais em si mesmos inquietantes. E em que é tão condenável a denúncia como a conivência perante ela.
Não vivemos em ditadura, nem sequer é legitimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa’ Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual”…

“…Medo de falar e de tomar livremente posição. Um medo resultante da dependência e de uma forma de vida partidária reduzida a seguir os vencedores (nacionais e locais) para assim conquistar ou não perder posições (ou empregos). Medo de pensar pela própria cabeça, medo de discordar, medo de não ser completamente alinhado…”

“…Há é claro, o álibi do Governo e da necessidade de reduzir o défice para respeitar os compromissos assumidos com Bruxelas. O Governo é condicionado a aplicar medidas decorrentes de uma Constituição económica europeia não escrita, que obriga os governos a atacar o seu próprio modelo social, reduzindo os serviços públicos, sobrecarregando os trabalhadores e as classes médias, que são pilares da democracia, impondo a desregulação e a flexisegurança e agravando o desemprego, a precariedade e as desigualdades.”…

domingo, 22 de julho de 2007

Este Governo cheira a MOFO

sábado, 21 de julho de 2007

Para reflectir

Que democracia precisa de “raptar” simpatizantes de todo o país, para embandeirar uma vitória eleitoral local?

terça-feira, 17 de julho de 2007

Manifestação 12 de Julho



Mais de dez mil trabalhadores e activistas sindicais da Administração Pública desfilaram na passada quinta-feira, 12 de Julho, em Lisboa, numa grande manifestação de protesto contra o Governo de Sócrates e a sua política de ataque aos direitos laborais e sociais.

Durante esta semana está prevista uma vigília de três dias, com acampamento, frente à Assembleia da República, que discute o diploma de vínculos, carreiras e remunerações.
Resolução aprovada:

terça-feira, 10 de julho de 2007

Informação/Manifestação

A Comissão Sindical de Borba informa todos os trabalhadores que a partida para a manifestação de 12 de Julho será frente ao edifício da Câmara Municipal, pelas 10:00.
A Comissão Sindical

Manifestação 12 de Julho, Lisboa


Concentração/Manifestação - 5 de Julho, Guimarães


Mais um grande dia de luta, levando milhares de trabalhadores à rua, pura demonstração da sua indignação e revolta contra a imposição de politicas precárias que só interessam ao capital.

O que nos entristece é a posição da comunicação social, ou pelo menos de alguns sectores, os quais continuam submissos às pressões exteriores, “esquecendo-se” de informar correctamente os cidadãos.

Não podemos continuar a dormir!

A luta continua!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

...“Quando e como mudou o país enquanto dormíamos?[1]
De repente, acordámos e o país é outro. O clima de medo e delação está instalado. Na função pública principalmente, mas não só. Interiorizam-se comportamentos de pavor de se vir a ser perseguido, castigado, subtilmente colocado numa lista de excedentes, caso se diga algo que seja visto pelo chefe como negativo ou subversivo...”

...“A liberdade de opinião, de expressão, de pensamento está a ser atacada em Portugal e o país assiste calado. Dormita. Vai dormindo. Entretanto, a revolução avança. Uma revolução silenciosa. Uma revolução feita de cima para baixo, imposta pela nova aristocracia, contra os que trabalham. Uma revolução que tem como finalidade retirar os direitos sociais, económicos e, pelo que se vê até cívicos e políticos. Através da instauração de um clima de medo. Precisamente, para que não haja resistência. Para que não exista contestação. Para que ninguém questione. Para que ninguém exija.
Um dia, quando acordarmos deste sono profundo em que nos deixámos cair, as pessoas e o seu bem estar serão passado, farão parte da história, como uma peculiaridade europeia do pós-guerra. E os novos deuses reinarão: o lucro, o dinheiro, a especulação, o mercado”

[1] Excertos do artigo da jornalista São José Almeida, intitulado “Um sono profundo”, Público 07/07/2007

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Trabalhadores da Delphi explorados na Roménia

Os operários da Delphi da Guarda enviados para uma unidade da multinacional de cablagens na Roménia estão a trabalhar em condições muito duras. Familiares de quem lá está e alguns dos regressados (os últimos regressam no final deste mês) falam em 12 horas diárias na linha de produção, sete dias por semana e uma única refeição quente por dia, além das viagens de cerca de hora e meia para os hotéis onde estão instalados. O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) e o PCP já questionaram as autoridades sobre o que se está a passar.

"O pior é a alimentação, porque não há refeitório e, ao almoço, somos obrigados a comer sandes compradas numa espécie de minimercado da fábrica. Só comemos em condições ao jantar, mas, às vezes, estamos tão cansados que queremos é dormir", conta um dos regressados na semana passada. O homem, que pediu o anonimato por temer represálias, admite que foi para a Roménia para "ganhar dinheiro", mas não esperava condições "tão difíceis". "Trabalhamos das 6 às 18 horas, sábados e domingos incluídos, e de forma intensiva. O que me valeu foi saber que tudo acabava ao fim de um mês e os cerca de dois mil euros ganhos, fora o ordenado. Cá só os ganharia em três meses", acrescenta.

Mais preocupada está a mãe de outra operária, na Roménia há três semanas. "Ela está bastante desanimada porque não lhes dão descanso. Se soubesse o que sei hoje não a tinha deixado ir, mas o dinheiro vai fazer-lhe muita falta se for despedida", afirma. Estes e outros relatos levaram, ontem, o PCP da Guarda a denunciar a "violenta exploração" e as condições de "quase escravatura" a que estarão a ser sujeitos os cerca de 200 trabalhadores deslocados. "Estas são as condições de trabalho, em pleno século XXI, de trabalhadores portugueses ameaçados de despedimento", critica Armando Morais, dirigente comunista. No entanto, José Luís Besteiros, do SIMA, considera o termo escravatura "demasiado forte", preferindo falar em trabalho "bastante duro".

Jornal de Notícias 04/07/2007

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Concentração Guimarães, 5 de Julho