A importância de uma manifestação
“No dia 18 de Outubro, Lisboa viveu a maior manifestação dos últimos 20 anos. Um total de 200 mil pessoas – uma avaliação em que concordaram organizadores e policia – protestaram na rua contra a politica económica e social do Governo de José Sócrates. A manifestação protestava também, segundo então declarou o líder da CGTP, Carvalho da Silva, “ contra o aumento da pobreza e das desigualdades, a quebra de salários e da coesão social, o aumento do desemprego e da precariedade”, noticiou o PÚBLICO.
A maior manifestação dos últimos anos 20 anos passou quase despercebida na comunicação social, como se tratasse de um facto normal, vulgar. É certo que a assinatura do Tratado de Lisboa, que muda a organização institucional e politica da União Europeia, dominou o noticiário. Mas é significativo que a mesma comunicação social que exultou a obtenção de acordo sobre o Tratado Constitucional – não se questiona aqui a importância deste facto e o quanto é decisivo para a progressão da União Europeia como comunidade politica com um papel a desempenhar na cena politica internacional – praticamente tenha passado ao lado da importância e significado da manifestação que se realizou em Lisboa. (…)
(…) Deveria ser motivo de reflexão que não seja dado o relevo devido e não sejam debatidas as razões pelas quais duzentos mil portugueses decidem sair à rua em protesto contra a politica do Governo. Uma politica que mais não é do que a expressão institucional da nova revolução liberal em curso, fruto dessa nova forma de luta de classes invertida, em que as elites gestoras da sociedade, as novas classes dominantes, retiraram direitos aos que trabalham. E que tem como objectivo a descontrução do Estado social e do modelo social europeu – isto é, alterar os critérios de redistribuição de riqueza que estavam estabelecidos nas democracias europeias desde a reconstrução Europeia posterior à Segunda Guerra, fixando como nova orientação para o trabalho a precariedade, num retrocesso histórico a relações laborais sem vínculos estáveis." (…)
São José Almeida, PÚBLICO, 27 Outubro
5 comentários:
Desde já os sinceros parabens pela coragem demonstrada por alguem que ainda acredita e dá a cara por causas como estas, coisa que me falta.
Espero que me compreendam, mas não consigo acreditar que consigam que as pessoas percebam as mensagens escritas em papeis monocromáticos, associados óbviamente ao orçamento disponível para tal, quando nos deparamos em todas as localidades com grandes e bem planeados "outdoor´s" carregados de cores esperançosas anunciando este e aquele representante de grupos bastant bem "organizados" ao qual em poucos dias chamamos de governo; não consigo acreditar que alguem vos preste a atenção devida atraves de um megafone ecoando vozes frias e cançadas de tanto protestar, quando todos os dias vimos na televisão os mesmos sorrisos ironicos desmentindo e desculpando o dito por não dito; não acredito que consigam fazer entender a quem é pago para se desentender; enquanto homens e mulheres marcham, "Eles" fazem comitivas; enquanto milhares choram "Alguns" riem; palhaço rico palhaço pobre?
O efeito de placebo continua a fazer efeito e já nem sequer se omite a verdade.... MENTEM!! E é isto que realmente assusta!
Tenho a perfeita noção de que este náo é o comentário perfeito.. foi mais um dia em que me levantei menos humorado e remeto-me de novo ao meu canto.. escondido mas atento!!
Ao anónimo:
Olá primeiro que tudo agradecer as palavras que nos endereçou, convidando-o desde já a se juntar a esta luta, que nos compete a todos e não só a alguns. Tudo o que se tem conquistado neste Estado Democrático???? ao longo deste tempo tem sido com o esforço, empenho e sacrificio de muitos milhares de trabalhadores. Não nego que é uma tarefa árdua e dificil, mas não são todas? O movimento sindical, como outros ou melhor alguns movimentos partidários partem de premissas que só podem ser encaradas como a essência, refiro-me à liberdade de opinião, de reflexão, de comportamento. Não comprendo como ainda está no buraco, mas atento (valha-nos isso)! Nós precisamos de cidadãos atentos que lutem pelos seus direitos e que não façam parte da fatia acomodada da nossa sociedade, os quais delegam em qualquer governante os destinos das suas vidas. Lutamos contra o absentismo, pela transpaRência, pela postura critica e empenhada. Podemos o fazer de várias formas, responsabilizando-nos pelo estado das nossas coisas.
Certos que nos faz falta, junte-se à nossa luta, que afinal também é a sua.
Este Rogério Duarte Silva é o que estou a pensar? Um afilhado da ex-Vereadora Filipa? Caramba vivemos num estado democrático mas ler coisas escritas por certas pessoas como este moço é de bradar a rir. "Conquistado neste Estado Democrático"???/"tarefa árdua e difícil"???, como se o moço soubesse o que é trabalhar ou o que custou ganhar a liberdade e a democracia. Senão fosse a madrinha a arranjar um tachito na CMB, gostava de saber onde arranjavas emprego... Tem vergonha na cara!
Parece que os cães já por aí andam. Libertaram-nos hoje, para defender o chefe do clã. Os métodos são os mesmos de sempre, calúnia ataques pessoais, mas defesa de quem precisa nem pensar. Apenas mais do mesmo..
Francisco Felipe
Parece que sim.
O post publicado pelo caro anónimo irá aqui continuar, pois exemplifica todos os vícios e bestialidades que combatemos diariamente.
Este espaço não serve para este tipo de comportamentos, sabemos bem que existem sítios oficiais para aí se degladiarem a preceito. Este espaço serve sim para debater, partilhar e esclarecer os trabalhadores do Municipio de Borba acerca dos seus problemas, aspirações e conquistas. Tudo o mais não interessa.
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